5 fatores essenciais para sua estratégia de dados de varejo em 2024

Por Mikhail templeton

É esperado que os gastos nos feriados alcancem níveis recorde em 2023.¹ Os varejistas que ganharão a maior parte desse gasto histórico serão aqueles que transformarem o atendimento ao cliente e o suporte para além do que é esperado.

Tudo começa com os dados.

Os consumidores de hoje esperam experiências omnichannel e entrega rápida em até três dias. Com tantos varejistas ao alcance de suas mãos, eles também buscam aqueles que compartilham seus valores de igualdade e sustentabilidade.²

As organizações que aproveitam o poder das estratégias de dados no varejo para atender a essas expectativas conquistarão a preferência, a participação no orçamento e a fidelidade em um futuro próximo. Aqui estão casos de uso de gerenciamento de estoque, precificação e personalização que espero ver em prática no próximo ano, juntamente com cinco fatores para viabilizá-los.

Estratégias de dados de varejo para revelar o porquê, quando e como as compras são feitas

A análise de dados oferece mais do que apenas números: ela fornece uma janela para a psique dos consumidores. Os varejistas podem avaliar não apenas o que os consumidores estão comprando, mas também o porquê, quando e como estão fazendo essas compras.

Uma maneira de os varejistas capturarem parte desses dados brutos é permitindo que os compradores façam a transição dos dados móveis de seus celulares para o Wi-Fi da loja, sem precisar fazer login.

Uma vez que o cliente se conecte ao Wi-Fi, suas informações se tornam dados primários, o que permite ao varejista, com notificação adequada e consentimento dos clientes, capturar conjuntos de dados ricos, como tempo de permanência e interesses por produtos. Esses dados podem ser usados para enriquecer a experiência do aplicativo do varejista, capacitando o aplicativo a se tornar uma ferramenta efetiva e não apenas um hub de informações.

Estratégias de dados no varejo para experiências de compras personalizadas

Os compradores anseiam por experiências. Ao analisar dados, os varejistas podem identificar preferências individuais e tendências, e até mesmo prever o que um consumidor pode desejar no futuro, para criar uma jornada única e memorável para o cliente.

Os varejistas podem utilizar o histórico de compras dos clientes e os dados de navegação para personalizar a página inicial de seus sites. Quando cada cliente faz login no site do varejista, o cliente verá uma seleção de peças de roupas em seu estilo, tamanho e cores preferidos.

Além disso, o varejista pode enviar promoções personalizadas por e-mail, destacando novidades ou ofertas em itens semelhantes aos que o cliente já comprou anteriormente. Essa abordagem direcionada não apenas aprimora a experiência de compra tornando-a mais relevante e eficaz, mas também aumenta a probabilidade do cliente efetuar uma compra.

Estratégias de dados no varejo para gerenciamento de estoque

Uma prateleira vazia não apenas decepciona os clientes e resulta em uma oportunidade de venda perdida para o varejista, mas também pode indicar um uso ineficaz dos dados.

A análise de dados permite aos varejistas antecipar a demanda com base em dados históricos, sazonalidade e tendências de mercado. Os varejistas podem usar essa previsão a seu favor. Ao utilizar dados de vendas passadas, engajamento do cliente e mídias sociais, os varejistas podem prever quais itens serão mais populares na temporada de festas.

Essa informação pode ajudar os varejistas a priorizar os itens antes do momento de maior demanda. Por exemplo, um varejista que vende decorações de festas poderá garantir que os produtos certos estejam disponíveis nas quantidades adequadas, maximizando a eficiência operacional e as vendas, ao mesmo tempo em que minimiza os custos.

Estratégias de dados no varejo para preços dinâmicos

O varejo orientado por dados introduz o conceito de precificação dinâmica, na qual os preços podem ser ajustados em tempo real com base na demanda de mercado, nos preços dos concorrentes e em outras variáveis externas.

Quando um cliente utiliza seu cartão de recompensas no posto de gasolina, o varejista pode usar os dados das recompensas do cliente para personalizar os anúncios em vídeo que são exibidos enquanto eles abastecem. Esses anúncios podem exibir ofertas de preços personalizadas com base nas preferências do cliente. Por exemplo, se os dados mostram que o cliente costuma comprar café ao abastecer o carro, o anúncio em vídeo pode exibir uma promoção de "Compre um, leve outro" para o café.

Cinco pontos essenciais para qualquer estratégia de dados no varejo

1. Defina qual tecnologia usará

Os varejistas precisarão optar pela tecnologia adequada para respaldar suas estratégias de dados. Isso envolve a escolha das soluções de hardware e software que podem coletar, processar, analisar e armazenar dados de maneira eficiente. Esse conjunto de tecnologias deve incluir ferramentas de análise de dados, gerenciamento de relacionamento com o cliente, gerenciamento de estoque e sistemas de ponto de venda.

É importante que essas ferramentas sejam compatíveis com os sistemas existentes para garantir um fluxo adequado de dados entre as diferentes funções de negócios. Os líderes de negócios e a TI não podem ter essas conversas em silos. Tanto os líderes de negócios quanto os de tecnologia precisam alinhar-se em um plano que harmonize as aspirações com as capacidades tecnológicas atuais e desejadas.

2. Garanta a segurança e a conformidade dos dados

Uma das maneiras mais fáceis de perder a fidelidade do cliente é perder a confiança dele. Por isso, é muito importante implementar medidas sólidas de privacidade e segurança de dados para proteger as informações do consumidor contra violações e ciberataques. Essas medidas incluem criptografia, armazenamento seguro de dados e auditorias regulares de segurança.

Além disso, estar em conformidade com regulamentações de proteção de dados, como a GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) e o CCPA (Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia), é essencial para manter a confiança do cliente e evitar penalidades legais.

Além da conformidade, os varejistas também devem considerar as implicações éticas do uso de dados. Isso inclui ser transparente com os clientes sobre como seus dados estão sendo utilizados e proporcionar a eles controle sobre suas informações pessoais.

3. Implemente o gerenciamento da qualidade dos dados

Para que os dados sejam úteis, eles devem ser precisos. Os varejistas precisam estabelecer protocolos para entrada, validação e limpeza regular de dados a fim de evitar problemas como registros duplicados, informações desatualizadas e imprecisões que podem resultar em decisões inadequadas.

4. Integre os dados do cliente para uma visão 360º

Integre dados dos clientes de diversos pontos de contato, como on-line, na loja, dispositivos móveis e mídias sociais. Utilizar dados de múltiplas fontes é fundamental para obter uma visão do cliente em 360 graus. Essa perspectiva abrangente possibilita uma personalização mais eficaz, um melhor atendimento ao cliente e um aprimoramento no direcionamento das campanhas de marketing.

5. Esteja preparado para a presença da IA em todos os lugares

A IA generativa tem sido um dos temas mais comentados do ano, com um potencial transformador em várias indústrias. Os varejistas já buscam utilizar a IA generativa para geração de conteúdo criativo, síntese de dados ou para personalizar experiências dos clientes.

Estamos observando varejistas usando a IA generativa para personalizar as descrições de produtos, utilizando dados do cliente, como faixa etária, para adaptar as descrições para clientes específicos.

Os varejistas precisam se preparar para a integração das tecnologias de IA garantindo que sua infraestrutura de dados possa suportar essas aplicações avançadas. Essa preparação inclui treinamento da equipe em ciência e análise de dados, investimento em ferramentas com capacidade de IA e estabelecimento de processos para tomada de decisões orientadas por dados.

Ainda estamos aprendendo todas as formas como a IA generativa transformará o setor. Mas antes que os varejistas possam sequer começar a aproveitar o poder da IA, as áreas de negócios corporativas e TI precisam se unir para harmonizar os casos de uso planejados com as bases tecnológicas de que precisarão para ter sucesso.

Mikhail Templeton é vice-presidente e Senior Partner da Kyndryl.

¹  2023 Holiday to Reach Record Spending Levels, The National Retail Federation, novembro de 2023
²  The five zeros reshaping stores, McKinsey & Company, março de 2022